Bitter Sweet
É um tal de doce amargo, conhece?
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Ana Paula NacamuraContato: just_smile.mx@hotmail.com Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje... Amanhã, já me reinventei. — Tati B. Tagboard
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sábado, 17 de abril de 2010
O SEGREDO. ![]() Estava buscando frenéticamente um ponto fraco se quer naquele garoto. Ele era um idiota, me dizia coisas terríveis. Era como se ele possuíse um manual de como acabar com meu dia em duas palavras, em um olhar. Eu o odiava, isso! Eu o odiava, o-di-a-va. Eu ia me vingar daquela humilhação, ele ia pagar caro. Quem ele pensara que era? Mal chegara na escola, e já machucara tantos corações. Ou havia algum bom motivo para isso ou.. Não, mas motivo nenhum justifica. Naquela manhã, eu o vi indo em direção à um canto reservado do pátio, no recreio. O segui, era uma chance, de ouvir algo podre, alguma confissão. Porém, perdi metade da conversa, mas não pûde deixar de ouvir aquela ultima frase: - Mas fique claro que isto é um segredo. Esta frase, ecoou em minha cabeça. Boa, Madlanne! Agora você sabe que ele tem um segredo. Resta saber qual. Não sai do lugar, mas é como se já soubesse dar meus primeiros passos. Pesquisei incansavelmente por seu histórico, através de amigos em comum, e por conta própria mesmo. Minha sede de vingança por ele ter acabado comigo há alguns meses atraz, espalhando para todo o colégio que eu beijava mal, iria acontecer a qualquer momento, já que agora eu sei que ele possui um segredo. Pode parecer fútilidade, porém eu havia confiado nele, eu o amava. Era meu primeiro beijo. Primeiro e ultimo, até hoje. Descobri enfim, o que parecia ser o segredo. Era o segredo, com certeza. Preparei todo um esquema de slides, e convoquei todo o colégio naquele dia, para ir até a sala de informática. ia ser perfeito. Com toda a escola reunida ali, disse em um tom de voz alto: - Agora, todos ficarão sabendo, de um segredo. Não é mesmo, Nicholas? - E então sorri com cinismo. Dei play. A parede branca refletia as fotos, de Nicholas com sua ex namorada. Momentos felizes, até. Depois vieram fotos de Nicholas com outras garotas. Logo após, prints de mensagens de tristeza em páginas de relacionamentos, e por fim, uma manchete. "Garota se suicida e deixa carta para ex namorado". Procurei por ele com os olhos, e o encontrei saindo. Segui involuntáriamente. Ele percebeu minha presença e parou. Seus olhos azuis, agora estavam negros, de raiva. - O que ganha com isso? - Disse, ríspido. - Ganho minha dignidade novamente. - Respondi friamente. - Sua felicidade depende da desgraça dos outros? Como você descobriu isso? Eu vim para cá, para me recuperar. - E sua recuperação depende da infelicidade dos outros? - Você não sabe nada sobre mim, garota! - E você agora sabe onde eu posso chegar, garoto. - No mais baixo. - Tanto faz. Agora todos sabem o teu segredo. - Isso nunca foi segredo pra mim. Meus amigos daqui já sabiam disso. Como sabe que eu tenho um segredo? - Ele me fitou com raiva ainda. - Ouvi contando ao Rogher, ali naquele canto. - Apontei. - Mas é muito idiota mesmo. Pensava que fosse mais inteligente. - Dane-se você ridículo! - Ridiculo é seu raciocínio! - Foda-se. Se esse não era seu segredo, duvido que tenha algum então. - Quer saber, idiota. Meu segredo não precisa ser mais segredo, porque o que era meu segredo, era o que eu sentia, mas agora não sinto mais. - Ah é? - Provoquei-o - Sim, meu segredo, era que eu te amava, Madlanne. Mas você acabou com qualquer vestígio de amor, agora. Eu não sabia o que estava sentindo. Era como um balde de água fria caindo sobre minha cabeça. Tanta informação... Era como nada tivesse valido apena, e meu ódio houvesse se transformado em culpa. - Você não tinha direito de mecher com a minha ferida do passado, Madlanne! - Engasgou, com alguns vestígios de lágrimas nos olhos. - E, eu não tive culpa. Eu a amei de verdade, com todo meu coração. Vim para cá, só para tentar tirar de minha cabeça essas lembranças. Desgraçada! - Desculpas.. - Pedi, não, implorei o perdão. Como eu pûde ser tão cruel com alguém que me.. Amava? - Cale-se! - Ele chorava. - Você Madlanne, seu beijo. Seu beijo se parece demais com o dela. Eu sabia que eu iria te ver todos os dias, e ia sentir vontade de sentir teu gosto. - Cada palavra, era uma faca penetrando em meu peito. - Então achei melhor fazer com que você sentisse nojo de mim. Pelo menos assim, ficariamos longe, e eu não sofreria mais. - Ele chorava. - Não ia ser justo contigo, eu te beijar, e me lembrar dela. - Ele tinha razão, céus, eu sou terrível, um monstro. - Mas agora, quem sente nojo aqui sou eu. Então ele saiu. Eu não tive forças nem de ir atraz dele e pedir perdão. Chorei, chorei muito. E naquele momento, percebi que o que eu sentia por ele, não era ódio, era amor. Eu poderia ter vivido esse amor. O gosto dele nunca mais saiu de mim, mas agora, o amor que eu sinto por ele, é apenas um segredo. Meu, e meu... Segredo. |
But baby, where they knock you down and out
Is where you oughta stay |